Pecado ou demência?

30/11/2011 08:59
Segundo as incontáveis e incríveis leis brasileiras, quando alguém, isto é, quando um cidadão ou cidadã as transgride, praticando atos contrários aos seus preceitos, torna-se passível de sofrer as legítimas (porque legais) conseqüências de sua postura extraviada.

Claro que, como sabemos todos, no Brasil isso são apenas conjeturas, de vez que, na prática, nada ou quase nada acontece com aqueles que à luz do sol se dedicam à delinqüência em suas plúrimas variantes.

No plano espiritual, regido por uma única Lei compilada no Livro Santo chamado Bíblia, observam-se cânones comportamentais e existenciais representativos do chamamento misericordioso de Deus para que o homem torne às suas origens (Is 55:7).

Nesse crucial contexto, verifica-se que o Criador não trata com a criatura, obra de Suas mãos, segundo os padrões da sociedade terrena, isto é, não edita leis aos borbotões, mutáveis a todo instante, derrogáveis, revogáveis, adaptáveis etc.

Nota-se, também, que a inobservância ou o trespasse da imutável Lei do Criador não traz conseqüências punitivas imediatas, não implica a segregação ou o aprisionamento do transgressor em jaulas chamadas penitenciárias, ou em abarrotadas e malcheirosas cadeias públicas.

Em inegável e trovejante verdade, decorrentemente do estado de decadência humana que remonta ao princípio, o mundo gira unicamente em função da dicotomia ‘dinheiro e genitália’, exibindo a clara deterioração da vida, tornando-a deprimente combinação de inconsistências, mentiras, fantasias e delírios.

Os anseios e sonhos do homem, embutidos invariavelmente e desatinadamente no combustível que inflama e propulsiona o mundo, isto é, no dueto poder (dinheiro) e genitália (sexo), em função do qual as ações humanas para esse propósito direcionadas não são regidas por limites quaisquer, por fronteiras quaisquer, por éticas quaisquer (terrenas ou divinas), por escrúpulos quaisquer, potencializando o ser humano para a realização ou o cometimento de barbáries tanto absolutamente perversas, quanto ridículas; sim, todo esse conjunto abre ensejo à reflexão sobre se o homem, por si mesmo, embruteceu-se diametralmente ou estar-se-ia diante de uma espécie de demência pandêmica.

Essa segunda hipótese, se confrontada com as retrógradas e capengas leis brasileiras, induziria à absolvição ou à necessária inimputabilidade. Todavia, qual seria ou haveria de ser a conseqüência que decorrerá da maravilhosa aquilatação da alma e do espírito segundo os critérios insondáveis do Criador: transgressão ou loucura?
 

Conselheiro Lafaiete - MG
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Fonte: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/pecado-ou-demencia